terça-feira, maio 03, 2011

Sentir

Compartilho da dor de todas as mulheres
Da dor da injustiça sentida em silêncio
Nas madrugadas de castigo e de solidão
Nos dias em que o mundo fica menos mundo

Choro as lágrimas de Marie, na busca insane pelo rádio
Sofro a angústia de Olga, arrastada à morte pela liberdade
Vivo a tristeza de Minerva, assassinada covardemente
Lamento a partida de Zuzu, um anjo amordaçado

Morre parte de mim na morte de cada mulher guerreira
No despedaçar de cada sonho interrompido
Morro na vida violentada sem direito à defesa

Minhas lágrimas fundem-se à lágrima feminina
Pranteada durante os anos, por toda a história
Lágrima que perdura insistente no olhar de cada mulher