domingo, novembro 12, 2006

ENSEJOS

No silêncio dessas paredes
Neste chão duro e frio
Teu olhar já não é o mesmo
Nem o que dissestes
Possui mais algum valor
Eu continuo te amando
Só que agora é diferente,
Quero ficar sozinho
Quem sabe escrever um pouco
Pensar na vida que levamos
Os carros já não me incomodam mais
E tudo mais é passageiro
Acho que te amarei eternamente
Mas quero continuar meu caminho
Coisa triste é amar,
É sofrer mais do que é preciso
Sentir falta de um carinho
Mas me entenda,
Quero ficar sozinho

SEM TÍTULO

Carrego dentro do peito
A mais forte lembrança
De quando ainda era criança
E sonho em meu leito
Com a vida que vivia
Sem conhecer o mal
Era vida sem igual
Era até mais do que queria
Dormia na sombra do cajueiro
Galopava cavalo sem sela
Vida mesmo boa era aquela
De café torrado, ainda sinto o cheiro
E navego em meu pensamento
Rumo a um distante passado
Levo a sede do viajante
Sou como poeira ao vento.

DEUS

Eu te procurei
Em meio à imensi~dão inifnita
Nos lugares mais bonitos
E em todos os outros por Ti criados

Nos animais te busquei
Também em selvas e florestas
Onde estarias Tu
Que em canto algum te encontravas?

Nos desertos meditei
Em gélidas terras descansei
Mas a todo instante, era a Ti que buscava

A vida muito me ensinou
Sem te ver, aprendi que és amor
E finalmente te encontrei dentro de mim

A LENDA DO AMOR

Uma vez existiu,
Mas existiu de verdade,
Muito antes de nascermos,
Existiu o amor

Hoje não o sentimos
Ele nos abandonou
Agora não mais o temos,
Bateu asas e voou

Culpa dessa maquinaria
Tirou-nos o dom de amar
Talvez já nem possamos sonhar

Era eterno, todos diziam
Realmente não o era
Proque dele, só restou essa lenda

SONETO DO DESPERTAR

Levante-se e abrace-me
Deixe tudo para depois
Após tanto tempo perdido
É hora de recomeçar

Acorde, receba os raios do sol
Junto com meu coração
E ouça as verdades que lhe digo
Que lhe amo eternamente

Entregue-me sua mão
Enfim, caminhemos juntos
Em direção ao amanhã

Sinta o vento em seu rosto
Correndo livre por seus cabelos
E, ao menos uma vez, deixe-me lhe amar.

CEDO

Eu senti o que você sentiu
E lhe vi como você me viu
Mas ainda era cedo
Ainda é cedo demais

Eu quis o que você queria
E não tive a coragem que você não teve
Porque ainda era cedo
Ainda é cedo demais

Eu sonhei como você sonhou
E esperei o que você também esperou
Só que ainda era cedo
Ainda é cedo demais

E a vida tomou seu rumo
Você e eu, outros caminhos
Porque acreditamos que era cedo
Agora é tarde demais

BEIJA-FLOR

Quisera ser um beija-flor
Para voar por entre as pétalas de teus cabelos
Sugar o néctar em tua boca
Quisera ser um beija-flor

E, nas tardes ensolaradas,
Cantar baixinho ao teu ouvido
Aquela que seria a nossa melodia
Aquela que é a canção dos amantes

Quisera ser um beija-flor
E que, ao voar, pudesse aos céus levar
A infinita beleza de amar

E, no final de tudo,
Quisera ser ainda um beija-flor
Para te preparar um ninho de amor.