segunda-feira, outubro 17, 2011

Amor, que te chamas dor

A Florbela, em memória

Estimei tanto o amor, que me foi covarde
Que aperta-me agora o peito a dor selvagem
Transmutando-me prisioneiro da saudade
Atriz principal no palco de cruel montagem

Rasgando a cicatriz das antigas feridas
O sangue de pronto corre enraivecido
Resquício de tantas desilusões já vividas
Alma marcada, um coração tão sentido

A vida pontuada pela mais pungente dor
Das farpas pontiagudas do triste destino
Infeliz rima, andam unidos a dor e o amor

Não há paz benevolente na angústia sofrida
Dilacerado pelo amor, igual a um cruel felino
Penetro a madrugada que deve ser esquecida