domingo, julho 18, 2010

Alma recortada

Exporei minhas veias e artérias,
Elevarei meu corpo ao suplício extremo
Que só atinge quem ama de verdade
De quem ama mais outrem que a si

Minha própria solidão fará os recortes
De meu espírito já fragilizado
Que foi repartido em mil pedaços
Na noite em que foi abandonado

Mas a paixão é maior que a recusa
O amor é mais forte que sua própria cura
E a dor de não te ver é maior que a de existir

Te enviarei olhos, orelhas e dedões
Mas não poderei te enviar meu coração
Porque ele sempre esteve em tuas mãos



(Fonte da imagem: http://bolcidades.nafoto.net/images/photo20090603114633.jpg)

4 comentários:

Renata disse...

Me fez lembrar o quanto é triste ver um fim de um amor. E como é complicado reconstruir todos os pedaços, e ainda sentir medo de perder um deles por aí. :(

Paulo Marcelo Pontes disse...

Parece meio Frankestein esse negócio de costurar os pedaços, né? Mas amor é isso mesmo, você remenda e aprende com ele, e sempre acaba tendo que recosturar os mesmos pedaços...

Ranata disse...

somos costureiros de corações, só os que amam conhecem muito bem essa profissão ! kkkkkkkk gostei do costurar.

Paulo Marcelo Pontes disse...

Não é pelas cicatrizes que se identifica o ser amado?